quinta-feira, 30 de abril de 2015

Papa São Pio V























       Miguel Guisleri foi uma figura de extrema importância para a vida da Igreja Católica. Nascido em Bosco Marengo na província da Alexandria, em 1504, aos quatorze anos ingressou na vida religiosa entrando na ordem dominicana.

        A partir daí a sua vida desenvolve-se, pois alcançaria rapidamente todos os degraus de uma excecional carreira. Foi professor, prior do convento, superior provincial, bispo de Mondovi e finalmente Papa, aos 62 anos, com o nome de Pio V.

     Promoveu diversas reformas na Igreja através do Concilio de Trento, como, por exemplo, a obrigação de residências para bispos, a clausura dos religiosos, o celibato e a santidade de vida dos sacerdotes, as visitas pastorais dos Bispos, o incremento das missões, a correção dos livros litúrgicos e a censura das publicações.

         A sua autoridade e prestígio pessoal impunham a sua personalidade de pulso firme e de atitudes rigorosas, como a que tomou em relação à invasão dos turcos, pondo fim aos seus avanços a 7 de outubro de 1571, na famosa batalha de Lepanto.

     Apesar do seu carácter marcante, apresentava sinais de um homem bondoso e condescendente para com os humildes, paterno, às vezes, e extremamente severo com aqueles que faziam parte do corpo da Igreja.

         Mesmo sabendo das consequências que sofreria a Igreja, não pensou duas vezes ao excomungar a rainha Elizabete I. Morreu em 1 de maio de 1572. A sua canonização chegaria em 1712 e a sua memória fixada a 30 de abril.


Fonte: http://evangelhoquotidiano.org/


quarta-feira, 29 de abril de 2015

Excomungados

A Praga da Corrupção














Dom Fernando Arêas Rifan


          Na sua recém-terminada Assembleia Geral, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil emitiu uma nota sobre o momento nacional, na qual ressalta o problema da corrupção, usando como lema a frase do Jesus no Evangelho: “Entre vós não deve ser assim” (Mc 10,43):

        “A corrupção, praga da sociedade e pecado grave que brada aos céus (cf. Papa Francisco – O Rosto da Misericórdia, n. 19), está presente tanto em órgãos públicos quanto em instituições da sociedade. Combatê-la, de modo eficaz, com a consequente punição de corrompidos e corruptores, é dever do Estado. É imperativo recuperar uma cultura que prima pelos valores da honestidade e da retidão.  Só assim se restaurará a justiça e se plantará, novamente, no coração do povo, a esperança de novos tempos, calcados na ética”. E adverte: “A credibilidade política, perdida por causa da corrupção e da prática interesseira com que grande parte dos políticos exerce seu mandato, não pode ser recuperada ao preço da aprovação de leis que retiram direitos dos mais vulneráveis...”.

        A corrupção é considerada pela ONU o crime mais dispendioso de todos, causa de muitos outros. A corrupção propicia a ocupação de cargos por pessoas indignas, as manobras políticas, a compra de votos, as licitações desonestas, o desvio, a malversação e o desperdício do dinheiro público, a impunidade, o tráfico de drogas e a sua veiculação nos presídios etc.

         “Aquele que ama o ouro não estará isento de pecado; aquele que busca a corrupção será por ela cumulado. O ouro abateu a muitos... Bem-aventurado o rico que foi achado sem mácula... Quem é esse homem para que o felicitemos? Àquele que foi tentado pelo ouro e foi encontrado perfeito está reservada uma glória eterna:... ele podia fazer o mal e não o fez” (Eclo 31, 5-10). São palavras de Deus para todos nós. 

        Ao ler o título desse artigo, se pensa logo nos políticos. Mas há muita gente, fora da política, que se enquadra nesse título: quantos exploradores da coisa pública, quantos sugadores do Estado, que não são políticos! Aí se enquadram todos os profissionais ou amadores que se corrompem pelo dinheiro.  Quem vota por dinheiro é corrupto. Quem vota apenas por emprego próprio é corrupto. Quem corre atrás dos políticos para conseguir benesses espúrias é corrupto. Precisamos voltar aos princípios cristãos básicos da honestidade e da justiça.

        O Papa Francisco tem insistido sobre a diferença entre pecado e corrupção, entre o pecador e o corrupto. Segundo ele, pecadores somos todos nós, mas o corrupto é aquele que deu um passo a mais: perdeu a noção do bem e do mal. Já não tem mais o senso do pecado. Os corruptos fazem de si mesmos o único bem, o único sentido; negando-se a reconhecer a Deus, o sumo Bem, fazem para si um Deus especial: são Deus eles mesmos. O Papa lembrou que São Pedro foi pecador, mas não corrupto, ao passo que Judas, de pecador avarento, acabou na corrupção. “Que o Senhor nos livre de escorregar neste caminho da corrupção. Pecadores sim, corruptos, não.” (Homilia, 4/6/2013).

Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney 
                                                                                                            http://domfernandorifan.blogspot.com.br/

terça-feira, 28 de abril de 2015

Conversão de Francisco ao Conservadorismo?

Fonte:http://thyselfolord.blogspot.com.br

















        Li dois textos recentemente que são correlacionados. O primeiro é representante dos esquerdistas que estão cada vez mais reticentes e críticos com o Papa Francisco. O outro que diz que o Papa Francisco está ficando conservador "step by step" (passo a passo). 
                   Será? Rezemos, pela proteção da Doutrina da Igreja.

                   Vejamos parte dos dois textos.

           O primeiro é da política esquerdista australiana Kristina Keneally, que escreveu no jornal The Guardian. Kenally diz que o Papa está cada vez mais parecido com a Sarah Palin (política conservadora dos Estados Unidos). Ela diz também que está tendo uma "crise na sua fé". 

        Ela fez uma análise bem rasteira do Papa, mas é importante para ver o que a esquerda católica quer: uma Igreja pró-gay, pró-divorciados, liberando aborto, políticas econômicas socialistas, etc. toda a agenda da esquerda. 

Vejamos alguns parágrafos do texto dela:

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Um Salva-vidas de Chumbo














Teologia da Libertação. A Nova Face do Modernismo

Fundada em 1971, para difundir o cristianismo e o marxismo, a teologia da libertação foi condenada pela Igreja. Após a queda do comunismo, se "recicla", assumindo as novas ideologias ambientalistas e LGBT. Hoje parece ter encontrado um novo crédito, mesmo dentro dos muros do Vaticano. Embora Julio Loredo, em seu  livro recentemente dedicado a ela, a defina como "um salva-vidas de chumbo", nesta entrevista, ele explica o porquê.

Leonardo Boff, 76, no Brasil, é um ex-padre franciscano que se "auto reduziu", - como ele escreve em seu blog – ao estado laical antes da intervenção inevitável do Vaticano, que logo chegaria. Boff é um dos "grandes homens" da Teologia da Libertação, que não tem deixado de cultivá-la, embora condenada pela Igreja, até mesmo depois de jogar fora  a batina. Jogado à sua maneira, é claro. Isto é, por sua própria admissão, continuando a "celebrar" batismos, casamentos, sacramentos em geral, embora já não tenha autoridade para isso.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Primeira Missa no Brasil

          Neste ano de 2015, o dia 26 de abril de abril será um domingo exatamente como foi no ano de 1500, ocasião da primeira Missa do Brasil.
        É uma excelente oportunidade de lembrarmos, agradecer e rezar pelo Padre que a rezou e pelos portugueses que nos trouxeram a Fé e plantaram a Cruz no Brasil.
              A Missa foi rezada por Dom Frei Henrique Soares de Coimbra O.F.M., missionário na Índia e na África, tendo viajado na frota de Pedro Álvares Cabral em 1500. Frei Henrique foi confessor de D. João II. 
              Na expedição de Pedro Álvares Cabral viajava um grupo de oito religiosos dos quais cinco foram mortos no confronto com muçulmanos em Calecute já na Índia, Frei Henrique salvou-se a muito custo, regressando a Portugal cumulado de glória pelos muitos elogios que sobre os seus feitos teceu Pedro Álvares Cabral ao Rei Venturoso.

    " Ao domingo de Pascoela [26 de abril de 1500] pela manhã, determinou o Capitão de ir ouvir missa e pregação naquele ilhéu. Mandou a todos os capitães que se aprestassem nos batéis e fossem com ele. E assim foi feito. Mandou naquele ilhéu armar um esperavel, e dentro dele um altar mui bem corregido. E ali com todos nós outros fez dizer missa, a qual foi dita pelo padre frei Henrique, em voz entoada, e oficiada com aquela mesma voz pelos outros padres e sacerdotes, que todos eram ali. A qual missa, segundo meu parecer, foi ouvida por todos com muito prazer e devoção.
      Ali era com o Capitão a bandeira de Cristo, com que saiu de Belém, a qual esteve sempre levantada, da parte do Evangelho. Acabada a missa, desvestiu-se o padre e subiu a uma cadeira alta; e nós todos lançados por essa areia. E pregou uma solene e proveitosa pregação da história do Evangelho, ao fim da qual tratou da nossa vinda e do achamento desta terra, conformando-se com o sinal da Cruz, sob cuja obediência viemos, o que foi muito a propósito e fez muita devoção. (...) 
        E hoje, que é sexta-feira, primeiro dia de maio, pela manhã, saímos em terra, com nossa bandeira; e fomos desembarcar acima do rio contra o sul, onde nos pareceu que seria melhor chantar a Cruz, para melhor ser vista.           Ali assinalou o Capitão o lugar, onde fizessem a cova para a chantar.
        Enquanto a ficaram fazendo, ele com todos nós outros fomos pela Cruz abaixo do rio, onde ela estava. Dali a trouxemos com esses religiosos e sacerdotes diante cantando, em maneira de procissão.
      Eram já aí alguns deles [os índios], obra de setenta ou oitenta; e, quando nos viram assim vir, alguns se foram meter debaixo dela, para nos ajudar. Passamos o rio, ao longo da praia e fomo-la pôr onde havia de ficar, que será do rio obra de dois tiros de besta. Andando-se ali nisto, vieram bem cento e cinqüenta ou mais.
        Chantada a Cruz, com as armas e a divisa de Vossa Alteza, que primeiramente lhe pregaram, armaram altar ao pé dela. Ali disse missa o padre frei Henrique, a qual foi cantada e oficiada por esses já ditos. Ali estiveram conosco a ela obra de cinqüenta ou sessenta deles, assentados todos de joelhos, assim como nós.
        E quando veio ao Evangelho, que nos erguemos todos em pé, com as mãos levantadas, eles se levantaram conosco e alçaram as mãos, ficando assim, até ser acabado; e então tornaram-se a assentar como nós. E quando levantaram a Deus, que nos pusemos de joelhos, eles se puseram assim todos, como nós estávamos com as mãos levantadas, e em tal maneira sossegados, que, certifico a Vossa Alteza, nos fez muita devoção.
      Estiveram assim conosco até acabada a comunhão, depois da qual comungaram esses religiosos e sacerdotes e o Capitão com alguns de nós outros.Alguns deles, por o sol ser grande, quando estávamos comungando, levantaram-se, e outros estiveram e ficaram. Um deles, homem de cinqüenta ou cinqüenta e cinco anos, continuou ali com aqueles que ficaram. Esse, estando nós assim, ajuntava estes, que ali ficaram, e ainda chamava outros. E andando assim entre eles falando, lhes acenou com o dedo para o altar e depois apontou o dedo para o Céu, como se lhes dissesse alguma coisa de bem; e nós assim o tomamos.
        Acabada a missa, tirou o padre a vestimenta de cima e ficou em alva; e assim se subiu junto com altar, em uma cadeira. Ali nos pregou do Evangelho e dos Apóstolos, cujo dia hoje é, tratando, ao fim da pregação, deste vosso prosseguimento tão santo e virtuoso, o que nos aumentou a devoção." (Carta de Pero Vaz de Caminha)
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quarta-feira, 22 de abril de 2015

Catequese Católica 2015


Missa do 3º Domingo Depois da Páscoa

Assembleia da CNBB










Dom Fernando Arêas Rifan*

       Está acontecendo em Aparecida a 53ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), na qual estou presente com os outros irmãos no episcopado, demonstrando a nossa comunhão eclesial efetiva e afetiva, tratando dos assuntos mais importantes para a Igreja no Brasil. Peço as orações de todos, pois é interesse de todos que os seus pastores, sucessores dos Apóstolos, os guiem bem. 

       Durante a Assembleia, os Bispos celebram a Santa Missa, rezam em comum o Ofício Divino, fazem retiro espiritual e tratam de questões necessárias à vida da Igreja e dos católicos. A Assembleia desse ano tem como tema central as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil e como tema prioritário os Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade, além de tratar de diversos temas, tais como o Relatório do presidente, a avaliação do quadriênio, a análise de conjuntura social e eclesial, informe econômico, Liturgia, apresentação sobre os 300 anos do Encontro da Imagem de Nossa Senhora Aparecida e do projeto 300 anos de bênçãos, eleições e sobre a Reforma Política.  
      A pergunta que costumam fazer é por que a Igreja trata também de política e assuntos não eclesiásticos. A resposta nos é dada pelo então Papa Bento XVI: “A Igreja não pode nem deve tomar nas suas próprias mãos a batalha política... não pode nem deve se colocar no lugar do Estado. Mas também não pode nem deve ficar à margem na luta pela justiça. Deve inserir-se nela pela via da argumentação racional e deve despertar as forças espirituais, sem as quais a justiça... não poderá firmar-se nem prosperar” (Deus caritas est, n. 28). 

       Na doutrina social da Igreja, Política é “uma prudente solicitude pelo bem comum” (Laborem exercens, 20). A Igreja está ao serviço do Reino de Deus, anunciando o Evangelho e seus valores e “não se confunde com a comunidade política nem está ligada a nenhum sistema político” (Gaudium et Spes, 76). Mas os cristãos participam na vida pública como cidadãos. “Os fiéis leigos não podem de maneira nenhuma abdicar de participar na ‘política’, ou seja, na multíplice e variada ação econômica, social, legislativa, administrativa e cultural, destinada a promover de forma orgânica e institucional o bem comum” (Christifideles laici, 42). 

      “Este trabalho político não é competência imediata da Igreja. O respeito de uma sã laicidade – até mesmo com a pluralidade das posições políticas – é essencial na tradição cristã autêntica. Se a Igreja começasse a se transformar diretamente em sujeito político, não faria mais pelos pobres e pela justiça, mas faria menos, porque perderia sua independência e sua autoridade moral, identificando-se com uma única via política e com posições parciais opináveis. A Igreja é advogada da justiça e dos pobres, precisamente ao não identificar-se com os políticos nem com os interesses de partido. Só sendo independente pode ensinar os grandes critérios e os valores irrevogáveis, orientar as consciências e oferecer uma opção de vida que vai além do âmbito político” (Bento XVI, Aparecida, 13-5-2007, Disc. Inaug. do CELAM).

*Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Fábio de Melo - O Secularismo Explícito

www.fabioblanco.com.br

Fábio Blanco

"Quando os religiosos se calam, são seus inimigos que se levantam e, sem nenhum pudor, vão fazer de tudo para que as pessoas não apenas aceitam os seus valores, mas os absorvam."














Quando eu estava decidido a falar sobre outros assuntos, superando a questão da manifestação pública de religiosos e sua legitimidade, não é que me aparece o padre pop Fábio de Melo e solta, no twitter, uma sequência de pensamentos que são o exemplo perfeito de tudo o que eu venho expondo por aqui? Lançando meia-dúzia de espirros verbais, consequência, certamente, de um vírus modernista que, parece, tomou conta do sacerdote católico, ele acabou expectorando a visão laicista de sociedade que preenchia seu peito e ansiava ser colocada para fora.

O padre afirmou, sem nenhum rodeio, que “a união civil entre pessoas do mesmo sexo não é uma questão religiosa. Portanto, cabe ao Estado decidir”. E já, nisso, constatamos o aspecto esquizofrênico de suas palavras, expondo que é normal alguém ter duas personalidades, uma religiosa e outra pública e que existem questões que são exclusivamente religiosas, enquanto outras são exclusivamente civis. O que talvez ele não perceba, é que essa fragmentação, no ser e também na sociedade, é fruto de uma doença moderna, como bem alertou Francis Schaeffer, em seu livro A Morte da Razão, ao afirmar que, “não se pode ter verdadeira moral no mundo real uma vez feita essa dissociação. [Da mesma forma] não se tem uma base adequada para o direito, para a lei”. O que Schaeffer quer dizer é que, quando se abre mão da unidade do pensamento, quando se separa as ideias religiosas das civis, estas deixam de possuir qualquer moralidade, pois não têm onde encontrar referências. Mas, o que é mais absurdo nisso tudo, é um líder religioso não atentar para essas coisas, se tornando, dessa forma, um promotor dessa amoralidade social.

E, em uma demonstração explícita de sua fé, não em Jeová, claro, mas em Leviatã, Fábio de Melo ressalta que “o Estado decide através dos que são democraticamente eleitos por nós. São eles que propõem, votam e aprovam as leis”. De fato, ele não está dizendo, formalmente, nenhuma novidade, mas dentro de todo o contexto de suas afirmações, é evidente que o que ele está propondo é que as pessoas religiosas não devem tentar influenciar seus eleitos, expondo suas convicções. Como se os representantes do povo, ao assumirem seus mandatos, se desvinculassem de seus eleitores, agindo de maneira autônoma e com base, apenas, em suas próprias ideias pessoais. Ele esquece que os congressistas não recebem uma carta branca de quem votou neles para fazerem o que bem entenderem, mas devem, sim, refletir a vontade de seus eleitores. E, falando do tema levantado pelo padre, até aqui, a maioria da população brasileira não tem se mostrado favorável ao casamento gay. Portanto, suas afirmações não passam de desvirtuamento, uma forma de despistar os olhos das pessoas do problema principal. Na verdade, o que ele está fazendo é exigir que os fiéis de sua igreja calem a boca e assistam, passivamente, os grupos que trabalham a favor dos direitos dos homossexuais impor sua agenda.

Isso fica ainda mais claro quando o sacerdote diz que “aos líderes religiosos reserva-se o direito de estabelecerem suas regras e ensiná-las aos seus fiéis. E isto o Estado também garante”. Ora, se eu não soubesse quem é o padre Fabio de Melo diria que o seu perfil fora hackeado, pois suas palavras passam ao largo do que se espera de um representante da Igreja. O que ele está afirmando nada mais é que os religiosos não têm direito à voz na sociedade. Que eles podem, por causa de uma mera concessão estatal, discutir seus dogmas internamente, mas que não ousem sair de seus currais eclesiásticos. Nem da boca de ateístas ferrenhos lembro ter ouvido palavras tão segregacionistas! Primeiro, não são os líderes religiosos que estabelecem as regras e ele, como um deles, deveria saber muito bem disso. Ao falar dessa forma engana, propositalmente, sua audiência, dando a impressão que as regras religiosas são meros reflexos das idiossincrasias dos homens. E isso é um típico discurso de um inimigo da Igreja. Em segundo lugar, os religiosos são parte, e constituem uma proporção considerável, da sociedade. Não há, portanto, como ignorar suas demandas, sua forma de enxergar a vida e, também, suas rejeições. E, se estamos em uma democracia, como tanto gostam de afirmar esses filhos da modernidade, por que, então, eles não respeitam-na, principalmente quando a vontade da maioria vai de encontro com suas ideologias?

E, quem diria, eu estaria vivo para presenciar um padre falando, abertamente, contra sua própria instituição!? Fabio de Melo, por mais surpreendente que isso seja, não se sente nem um pouco constrangido em estabelecer que “as igrejas não podem, por respeito ao direito de cidadania, privar as pessoas, que não optaram por uma pertença religiosa, de regularizarem suas necessidades civis“. O que ele está dizendo é muito fácil entender. Ele está determinando que a união civil de homossexuais é um direito indiscutível e deve ser permitida, de qualquer maneira. No entanto, para quem acabara de afirmar que religiosos não devem dar palpites públicos, com base em suas convicções, o padre está sendo bem explícito ao dar o seu. Mas, é claro, o que ele quer dizer, na verdade, é que os religiosos não devem influenciar as decisões públicas quando forem a favor da visão cristã. Se, pelo contrário, forem contra o cristianismo, como é o caso da convicção do próprio padre, aí, sim, eles têm direito de falar o que bem entendem e tentar influenciar as pessoas.

Como vimos aqui, e como eu venho afirmando, quando um lado deixa de expor suas convicções, o outro impõe as deles. Estas afirmações do padre apenas corroboram tudo aquilo que eu tenho compartilhado com vocês: que, na política e na cultura, não há vácuos morais, nem de ideias. Se um dos lados se abstém de influenciar a sociedade, ensinando sobre sua cosmovisão, não adianta achar que vai se criar um campo neutro, amoral, livre de princípios. Na verdade, quando os religiosos se calam, são seus inimigos que se levantam e, sem nenhum pudor, vão fazer de tudo para que as pessoas não apenas aceitem seus valores, mas os absorvam, até o ponto que a religião e seus princípios sejam suprimidos completamente.

E, não se enganem, Fabio de Melo não está sendo ingênuo, nem está errando por entender de maneira equivocada a realidade que o cerca. Suas palavras tornam evidente que ele é, de fato, um agente secularista, com convicções secularistas, que está dentro da Igreja apenas para tentar calá-la ou desvirtuar o seu discurso. E se ele ainda usa batina (ah! me desculpem, ele nem me parece muito afeiçoado a essa vestimenta) é porque acima dele também existem alguns que não discordam tanto de tudo aquilo que o padre anda falando por aí.

Fraternidade Sacerdotal São Pio X: uma solução com Roma

Fonte da notícia: Montfort - Riposte Catholique
Via Revue Item, blog do Padre Aulagnier - "Eu me alegro profundamente com esta primeira decisão. Esse foi o assunto de meu livro “Apelo pela unidade”, publicado pelas Editions Godefroy de Bouillon. Frisando bem: Tal reconhecimento não implica em nenhum compromisso com a “Igreja modernista”."
Reconhecimento administrativo da Fraternidade Sacerdotal São Pio X (FSSPX) na Argentina, com o apoio da Igreja Católica
A notícia se espalha e começa a ser comentada: a Fraternidade Sacerdotal de São Pio X (SSPX) foi reconhecida como  personalidade jurídica na Argentina, com o aval da Igreja Católica. Isso permite que a FSSPX exerça, na vida civil, certos atos. No entanto, esta atribuição pode ser feita somente por meio de inscrição no registo de Institutos de Vida Consagrada. Este registro supunha a opinião da autoridade eclesiástica, que logicamente é exercida pelo Arcebispo de Buenos Aires, o Cardeal Poli. Isto é o que foi feito por ele em uma carta pedindo “que a Fraternidade dos Apóstolos de Jesus e Maria” (Fraternidade São Pio X) seja considerada – até que um quadro jurídico definitivo lhe seja concedido na Igreja Universal – como se fosse uma associação de direito diocesano. ” A Fraternidade São Pio X é assimilada, portanto, na Argentina, pela Igreja Católica, a uma associação de direito diocesano.
Ora, este reconhecimento é realmente uma novidade na Igreja Católica nos 40 anos: até agora, na melhor das hipóteses, limitava-se a dizer que a FSSPX estava em uma situação de “comunhão imperfeita“, sem dispor de estatuto na Igreja Católica. Com efeito, a FSSPX foi dissolvida em 1975 e nenhuma diocese, mesmo bem disposta para com ela, chegou a conceder-lhe um reconhecimento canônico, nem mesmo a minima.
Nesse sentido, existe certamente uma nova etapa nas relações práticas com a FSSPX. É verdade, este reconhecimento é baseado principalmente em razões jurídicas: para facilitar a atividade da FSSPX, na Argentina. Mas ao mesmo tempo, ele permite reconhecer que a FSSPX possui de fato um estatuto na Igreja, mesmo que seja com base no presente caso em razões funcionais. No entanto, o discurso eclesiástico oficial muda em relação à FSSPX: não só o cisma não é declarado pelas autoridades romanas, mas também se evita dizer que a FSSPX não tem um estatuto canônico. Finalmente, é difícil imaginar que o arcebispo de Buenos Aires proceda independentemente de Roma: o Cardeal Bergoglio,  futuro Papa Francisco, já tinha ajudado a FSSPX na vida cotidiana (obtenção de vistos, etc.). Um balão de ensaio? Uma vontade romana de encontrar uma solução definitiva através de atos práticos?
O despacho da Agência DICI:

Ide a São José












Fancis Mauro Rocha

“Ite ad Joseph et, quidquid vobis dixerit, facite”( Ide a José e fazei tudo o que ele vos disser: Gen 41, 55). Mas o que disse São José nas santas escrituras ? O eloquente taciturno não disse senão a obediência, a prontidão e a docilidade para com a Providência Divina. No que concerne as palavras humanas, nada disse, talvez porque pai do Verbo substancial, consubstancial ao Pai, por isso, era melhor que Deus falasse do que ele próprio.
“Jesus é revelado aos apóstolos para que Ele fosse anunciado por todo universo; Ele é revelado a São José para que fosse silenciado e escondido. Os apóstolos são a luz do mundo para fazer que o mundo veja Nosso Senhor. São José é um véu para o cobrir; e sob esse véu misterioso esconde-se a  virgindade de Maria e a grandeza do Salvador das almas... Aquele que glorifica os apóstolos pela honra da pregação, glorifica São José pela humildade do silêncio” (Bossuet – Panégeryque de Saint Joseph).
Que glória para nós pronunciar diante do Santíssimo Sacramento: “Meu Senhor e meu Deus!”, que glória para São José falar ao Verbo de Deus feito homem: “Meu Senhor, meu Deus e meu Filho!”. Todo pai humano ama mais o filho do seu próprio sangue, o Glorioso São José amava o seu Filho de um amor maior que todo amor paterno humano exatamente porque não era filho do seu sangue, porque não poderia o Filho de Deus ter, segundo a natureza, senão Um Pai, pai virginal, eis o grande título de São José, o fato de não ter participado da geração do seu Filho é que lhe possibilitou ser pai do Filho de Deus, pai de um Filho de natureza divina, pai terreno do Filho do Pai celestial.
Pai virginal, que mistério insondável! Em certo aspecto ainda mais misterioso que a Maternidade Divina porque a Mãe de Deus gerou permanecendo virgem, mas como pode um pai permanecendo virgem não gerar, e ainda sim tornar-se mais pai do que todos os pais humanos ? Não um pai de um filho adotivo, estranho ao casamento, pois que o casamento da Santíssima Virgem com o seu Castíssimo esposo foi desde toda eternidade querido por Deus como condição para a Encarnação de Deus Filho, ou seja, o Filho não pode ser estranho a um casamento que se realizou sobretudo para esse Filho. E, ainda, quando a presença desse filho no seio da Virgem Puríssima foi conhecida por São José, ele o amou desde o começo porque o via como filho do seu casamento, portanto, seu filho, ainda que não conhecesse perfeitamente como se deu a sua geração, mas sabia que não poderia ser fruto do pecado e sim fruto das mais belas virtudes porque filho da Rainha das virtudes, só uma obra divina poderia estar nas origens de tão sublime geração. Desde o princípio ele amou a Mãe, o filho e a beleza do mistério que Deus lhe dava a honra participar. Um pai se torna pai adotivo acidentalmente, mas São José não se tornou acidentalmente pai de Nosso Senhor, desde sempre ele foi predestinado no coração de Deus para assumir tão elevada missão.
Pai do Verbo sem falar, pai do melhor de todos os filhos sem gerar, esposo da Virgem Puríssima sem duvidar e chefe da Sagrada Família porque obedecendo perfeitamente pôde governar.

Bom Pastor

terça-feira, 14 de abril de 2015

O Fato da Ressurreição










Dom Fernando Arêas Rifan*

            A revista VEJA da Semana da Páscoa (8 de abril) trouxe interessante reportagem sobre a Ressurreição de Jesus, “o grande dogma do cristianismo”, ressaltando que a comemoração do domingo de Páscoa reafirma o poder da fé na Ressurreição do Filho de Deus morto na Cruz, “ideia”, constata a reportagem, “que se fortalece com a passagem dos milénios”. E pergunta: “por que, depois de pouco menos de 2000 anos, a crença na ressurreição de Jesus Cristo, um dos mais extraordinários mistérios da fé, ainda exerce efeito tão arrebatador?” E constata que, se nada houvesse ocorrido na Páscoa daquele ano, ou seja, se a Ressurreição do Senhor não fosse um fato extraordinário atestado e comprovado, não se conseguiria explicar a miraculosa e extraordinária expansão do cristianismo diante de tantas forças contrárias do paganismo.
            Houve tentativas modernas de se negar a Ressurreição de Jesus como fato histórico. Segundo algumas dessas teorias, Jesus teria ressuscitado “dentro do Kerigma”, segundo a fórmula de Rudolf Bultmann, famoso teólogo protestante, ou seja, a ressurreição significaria apenas que os discípulos haviam reconhecido que “a causa de Jesus continua”! Por isso, torna-se muito elucidativa para nós a tese de Heinrich Schlier, discípulo de Bultmann, sobre a Ressurreição de Jesus, provando o fato histórico, base da fé cristã.
            Heinrich Schelier era pastor luterano, professor de exegese na Alemanha, e, depois, fez parte da “Igreja confessante”, ou seja, a parte da comunidade evangélica alemã que tentava salvaguardar a substância cristã do luteranismo, não aceitando que esse se desintegrasse no movimento que apoiava o nazismo. Depois da guerra, lecionou Novo Testamento e História da Igreja na Faculdade Teológica Evangélica de Bonn. Em 1953, para surpresa do seu mestre Bultmann, converteu-se à Igreja Católica e disse que sua conversão ocorrera de uma forma completamente protestante, ou seja, a partir de sua relação com a Escritura, segundo nos conta Ratzinger. Em 24 de outubro de 1953, foi recebido na Igreja Católica. No dia seguinte, recebe a primeira comunhão e, depois, a confirmação. Tem inúmeras obras teológicas, especialmente essa sobre a Ressurreição de Jesus, prefaciada pelo então Cardeal Joseph Ratzinger.  
            Baseado na história e na Escritura, Schelier  demonstra que “a Igreja primitiva não falou da ressurreição de Jesus Cristo com distanciamento e de modo descompromissado, mas com emoção e num ato de profissão de fé”. E ele argumenta tratar-se de um fato incontestável, embora conserve seu caráter de mistério. Segundo ele, os textos neotestamentários entendem a Ressurreição como um evento, um acontecimento histórico concreto. A Ressurreição não veio da pregação, mas sim a pregação partiu do fato da Ressurreição. E da sua Ressurreição deriva a conclusão lógica de que Ele é o Senhor, como se lê no discurso de São Pedro aos judeus: “De fato, Deus ressuscitou este mesmo Jesus, e disso todos nós somos testemunhas... Portanto, que todo o povo de Israel reconheça com plena certeza: Deus constituiu Senhor e Cristo a este Jesus que vós crucificastes” (At 2, 32-36).

*Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Catequese Católica - Curso de Preparação para Batismo, Primeira Comunhão e Crisma - Inscrições Abertas

Inscreva-se na Catequese para recepção dos Sacramentos de Batizado, Primeira Comunhão ou Crisma na Forma Extraordinária do Rito Romano.Procure a Secretaria da Paróquia da Santíssima Trindade e Inscreva-se.
Telefone: (91) 3215-7007